quarta-feira, 11 de maio de 2011

O brincar no hospital e a aderência ao tratamento

Vera Barros de Oliveira

Parte inerente do meio sociocultural onde se insere, o ambiente hospitalar algumas vezes contudo, manifesta claramente uma cisão com a vida que continua do lado de fora, com o quotidiano das pessoas que se internam. É como se constituísse um hiato espaço-temporal, uma ilha ambiental, na qual o cuidar da doença lhe autorizasse a cortar laços , abolir costumes, ignorar desejos.
O risco da internação hospitalar mal conduzida é particularmente danoso quando se trata da criança, uma vez que esta, para assegurar seu desenvolvimento, precisa manter firmes seus vínculos familiares, sociais e escolares. Estratégias que favorecem a preservação e manutenção de atividades lúdicas prazerosas, a que está acostumada, vêm portanto a contribuir para sua aderência ao tratamento, uma vez que criam condições de manter viva em si a alegria do dia-a-dia e do convívio com o outro.
O organismo humano pode ser visto como um dos mais complexos sistemas. A Teoria dos Sistemas Dinâmicos (Prigogine, 1996; Guess & Sailor, 1993) nos propõe uma visão mais ampla e dinâmica da realidade, na qual a experiência do momento atual se insere na trajetória da vida como um todo e supõe a capacidade do organismo de se auto-regular, de se sentir vivo, interativo e atuante no meio onde vive.
(Fonte: OLIVEIRA, V.B. O Brincar no Hospital e a Aderência ao Tratamento. In: M.M.M. SIQUEIRA; fotos.N. JESUS & V.B.O. OLIVEIRA (Orgs.) Psicologia da Saúde – Teoria e Pesquisa (2a.ed.). São Bernardo do Campo: Metodista, 2008. Pp. 199-218.)
 

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