| BRINCAR, EXPERIMENTAR, CONHECER...             ...SONHAR, SORRIR E APRENDER 
 
 Marli Borsatti dos Santos e Mirley Martins Garcia Antonini | 
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A escola inclusiva é aquela que se fundamenta no reconhecimento das diferenças humanas e na aprendizagem centrada nas potencialidades dos alunos, nesse sentido, todos devem aprender juntos, sempre que possível, independente de qualquer dificuldade ou diferença que possam ter.
A  Secretaria Municipal de Educação do Município de Chapecó está realizando  muitas ações para que a escola possa atender as especificidades de  todos os alunos, buscando uma educação de qualidade e construindo um  sistema educacional inclusivo.            
A  partir de projetos realizados juntamente com MEC/SEESP a Secretaria de  Educação iniciou em nosso município a proposta de Atendimento  Educacional Especializado - AEE, e no ano de 2006 implantou a primeira  Sala de Recursos Multifuncionais - SRM. Atualmente temos seis SRM onde o  atendimento é realizado por professores com formação específica na  área, e temos previsão de receber mais catorze salas neste ano, todas  com equipamentos e recursos pedagógicos adequados às necessidades dos  alunos.            
O decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, dispõe em seu Parágrafo 1º : “Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular.”
De acordo com a resolução CNE/CEB Nº 4 de 02 de outubro de 2009, considera-se público-alvo do AEE: alunos com deficiência física, intelectual, mental ou sensorial, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Também, conforme a mesma resolução, “o AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns...”
 A  Sala de Recursos Multifuncionais é um espaço organizado com materiais  didáticos, pedagógicos e equipamentos específicos para o Atendimento  Educacional Especializado e tem como objetivo desenvolver estratégias de  aprendizagens centradas em um novo fazer pedagógico.            
Sendo assim, a Sala de Recursos da Escola Básica Municipal Padre José Anchieta, localizada no município de Chapecó, onde hoje atuamos como professoras, desenvolve uma prática pedagógica baseada no principio de que é indispensável trabalhar os conceitos básicos que estruturam a organização do pensamento, respeitando-se as especificidades e valorizando o potencial humano de cada aluno, para que se construa o conhecimento de forma significativa.
No  planejamento e organização dos atendimentos na SRM, tomou-se como  referência as diferentes áreas do conhecimento e os aspectos  relacionados ao desenvolvimento cognitivo e emocional. A partir disso,  elaborou-se planos de Atendimento Educacional Especializado, de acordo  com a idade e nível de conhecimento de cada aluno, elencando diferentes  atividades a serem trabalhadas  nas diversas áreas:            
·              Psicomotricidade:  equilíbrio, esquema corporal, lateralidade, ritmo, orientação espacial,  orientação temporal, coordenação motora ampla e fina;            
·              Estruturas de raciocínio: seriação, classificação, conservação, sequência lógica, atenção e concentração;            
·              Expressão corporal e oralidade;            
·              Linguagem escrita e leitura;            
·              Raciocínio lógico matemático: construção de número, cálculo mental, compreensão dos conceitos que envolvem as quatro operações;            
Para  efetivar na prática os objetivos propostos nos planos de AEE  elaborou-se projetos de trabalho a partir de histórias como: “O Segredo  de Jacarelo” de Francis Rodrigues Pinto, “Menina Bonita do Laço de  Fita”, “Camilão, o comilão” de Ana Maria Machado, “O Fantasma Amarelo”  de Dinara Tessari, “Uma amiga diferente” de Márcia Honora, entre outras.  A  literatura infantil é importante sob vários aspectos biopsicossociais,  pois proporciona aos educandos meios para desenvolver habilidades que  agem como facilitadores dos processos de aprendizagem. A partir da  linguagem lúdica da história planejaram-se diferentes atividades como:  contação da história usando diferentes imagens visuais, bem como  português e/ou Libras, desenho, pintura, recorte, modelagem, músicas,  brincadeiras, jogos, pesquisa, produção oral e escrita, etc.            
Todo  esse trabalho foi pautado em objetivos previamente definidos que  enfocaram itens como: gosto pela leitura, flexibilização de raciocínio  na produção oral e escrita, clareza e sequência lógica de pensamento,  conceitos de raciocínio lógico de pensamento, discriminação visual,  entre outros. No desenvolvimento deste trabalho, aconteceu o  envolvimento da comunidade escolar, bem como socialização  com a família na mostra pedagógica realizada no espaço da escola.            
Observando-se  o entusiasmo e a participação dos alunos nas atividades desenvolvidas  na SRM, destacam-se aspectos importantes a serem observados na prática  diária de educadores. Acredita-se que ao invés de adaptar e  individualizar/diferenciar o ensino para alguns, a escola comum precisa  recriar suas práticas, mudar suas concepções, rever seu papel, sempre  reconhecendo e valorizando as diferenças. Estas práticas escolares que  permitem ao aluno aprender e ter reconhecidos e valorizados os  conhecimentos que é capaz de produzir, segundo suas possibilidades, são  próprias de um ensino diversificado que busca atender os diferentes  níveis de compreensão e promover o acesso de conhecimento por todos os  alunos.            
Através desta proposta de Atendimento Educacional Especializado realizada na Sala de Recursos da EBM Padre José Anchieta busca-se a autonomia do educando, garantindo-lhe a participação no processo escolar e na vida social em geral.
            Bibliografia:
VIGOTSKY, L.S. A imaginação e a arte na infância. Madrid, Espanha: Akal, 1982.            
AMARILHA, Marly. Estão Mortas as fadas? Petrópolis, RJ:Vozes, 1997.            
 
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